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sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Somos corpo!

Noite de insónias...

...depois de 12h de sono de 4ª para 5ª-feira, seguiu-se uma bela noite de insónias de ontem para hoje... Era de esperar!

E enquanto esperava e desesperava pelo sono, que teimava em não chegar, pensava no que aqui tinha escrito, nos posts anteriores.

Costumamos dizer: "dói-me a cabeça" ou "dói-me o braço", o que localiza a dor no "nosso corpo". Também dizemos, como eu mesma fiz "o meu corpo anda estranho", ou "tenho as pernas cansadas".

Falamos no "meu corpo", no "meu braço", e parece que falamos de entidades que são independentes de nós. Como se nós fossemos uma coisa e os nossos mebros, os nossos órgãos, músculos, etc. fossem uma outra coisa, relacionada, mas não nós mesmos.

Quando digo "o meu corpo anda estranho", talvez devesse dizer "sinto-me estranha". Mas esta última expressão talvez induzisse o interlocutor a pensar que a estranheza sentida seria mais do foro psicológico, emocional. Será?

Somos corpo!

É através do corpo (de nós, enquanto corpo) que conhecemos o mundo, as pessoas, que aprendemos, que pensamos, que gostamos, que sentimos, que somos bons, que somos incorrectos, etc. Temos sensações físicas e psicológicas no corpo e porque o temos...

Mas teimamos em falar de todas as maravilhosas capacidades do nosso cérebro como se este constituisse uma espécie de entidade divina, separando o "corpo" da "mente". Mas a "mente" está no corpo, não é assim?

Foi em 2002 ou 2003, num Curso de Análise de Movimento que falámos justamente sobre esta questão de não sermos pessoas sem o nosso corpo, de não "termos um corpo", mas "sermos um corpo". Na altura aquela conversa fez-me todo o sentido. Hoje continua a fazê-lo...

O interessante desta questão é deixar de pensar que a parte nobre de nós é a nossa "alma" ou a nossa "mente", em detrimento do nosso corpo, fonte de desejos, possíveis pecados, e outras tolices do género. E passar a pensar, a concebermo-nos, como corpo com múltiplas capacidades cognitivas, emocionais, motoras.

Afinal de contas, o melhor que nos pode acontecer é ser um corpo, é viver, e através desse ser corpo, podermos explorar o mundo dentro e fora de nós, podermos aprender e crescer...

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